Igreja de São Tiago ou igreja do Salvador no largo do colégio em Elvas.
A actual Igreja do Salvador está erguida no local de uma capela anterior, cuja fundação remontaria ao século XIII, e à presença dos cavaleiros da Ordem de Santiago em Elvas, logo após a reconquista definitiva da povoação. Aí mesmo se veio a erguer um colégio da Companhia de Jesus, conhecido por Colégio de Santiago, em memória da invocação original do local. A construção do colégio foi determinada ainda em 1599, por disposição testamentária de D. Aldonça da Mota, primeira mulher de Diogo de Brito do Rio, mas as obras não começaram antes de meados do século seguinte. Concluída a construção do colégio em c. 1652, segue-se a doação da Ermida de Santiago aos Jesuítas por D. Afonso VI, em 1659, de forma a que se erguesse a igreja, sendo esta inaugurada em 1692. O acto régio ficou recordado num medalhão da fachada do novo templo, onde se pode ler: El Rey D. Affonso VI como grão m(estre) e governador da Ordem de Avis fez m(er)ce com licença do Sumo Pontífice aos religiosos da Compª de Jesus da Ermida de Santiago pª nella se fundar esta igreja Anno de M. DCLIX.
A fachada principal, em empena triangular vazada por um óculo é rasgada por três portas, a central em vão de verga recta, rematado por frontão interrompido por medalhão festonado, onde se pode ler a legenda anteriormente citada, e as duas laterais com frontões curvos. É ladeada por duas torres sineiras. O interior é de nave única, coberta por abóbada de berço lisa. Existem quatro altares nas paredes da nave, com talha seiscentista de qualidade, sobre os quais corre uma galeria com tribunas. Dois outros altares flanqueiam o arco triunfal, de volta perfeita, sobre o qual se rasga um nicho com a imagem de São Tiago, emoldurado por uma árvore genealógica da Companhia de Jesus, preenchendo todo o tímpano, e enquadrando simbolicamente a capela-mor. Aqui se destaca o altar-mor, em talha dourada de finais de Seiscentos, com representações dos quatro Evangelistas, os emblemas da Companhia de Jesus, e a cruz de Santiago, sob tecto de caixotões. Os bustos de quatro santos da especial devoção jesuíta (Santo Inácio de Loiola, São Francisco Xavier, São Francisco de Borja e São Luís Gonzaga) decoram ainda as paredes da capela.
No corpo da igreja existem dois púlpitos de mármore polícromo, o túmulo dos fundadores, em mármore cinza, integrando o escudo partido das duas famílias, erguido sobre três leões, que se sabe obra de dois canteiros de Borba, António e Manuel Cordeiro, executado em 1702 (KEIL, Luís, 1943).
Na sacristia três painéis com pinturas sobre madeira dos meados do século XVI, representando a Visitação, a Adoração dos Reis Magos e a Apresentação no Templo, com interesse artístico. SML
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